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Afinal, quantas seringas disponíveis o Brasil tem hoje para a vacinação contra a Covid-19?
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Prestes a iniciar a vacinação contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o Ministério da Saúde enfrenta dificuldades para comprar agulhas e seringas. Com a liberação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do registro emergencial de duas vacinas, a Coronavac e a de Oxford, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou o início oficial da imunização para a próxima quarta-feira (20/1) em cidades de todos os estados e do DF.
Os estoques estaduais contam com 165,7 milhões de unidades dos insumos. O volume foi contabilizado pelo Metrópoles, com base em informações de 16 secretarias de Saúde (veja lista completa abaixo). As demais não responderam ao questionamento da reportagem.
O cálculo leva em consideração a quantidade do produto disponível aos Executivos locais e o volume que já está comprado, ou seja, garantido pelos governos. Estão previstas entregas até fevereiro.
A aquisição dos itens a nível federal passou por licitação fracassada. O Ministério da Saúde só conseguiu garantir 7,9 milhões de unidades, enquanto buscava adquirir 331,2 milhões. O total é equivalente a 2,4% do necessário.
Com receio de não ter amparo do Executivo federal, os governadores elaboraram planos locais para garantir ao menos o início da imunização.
Um dos exemplos é Minas Gerais. Lá, o material será encaminhado às cidades por meio das superintendências e regionais de saúde. São, ao todo, 20 milhões de agulhas e seringas em estoque.
“Com a elaboração do Plano de Contingenciamento, ainda em setembro do ano passado, Minas Gerais se organizou e se estruturou antecipadamente para garantir mais agilidade na aplicação das vacinas na população assim que o governo federal iniciar a distribuição dos imunizantes”, explica o governo mineiro.
Ainda no Sudeste, outros estados também organizaram as redes locais para a campanha. O Rio de Janeiro tem 8 milhões de unidades do insumo. São Paulo conta com 71 milhões. O Espírito Santo, 7,5 milhões.
DF preparado
No mesmo sentido, o governo do Distrito Federal, por meio da Secretaria de Saúde, afirmou estar pronto e apto para iniciar o programa de vacinação de acordo com a disponibilidade de vacinas liberadas pelo Ministério da Saúde.
“O Distrito Federal não terá problemas com esse insumo para vacinação da Covid-19 e de outros programas previstos para o decorrer do ano. Hoje, a secretaria tem em estoque 1,3 milhão de seringas e agulhas. Mais 2,17 milhões estão compradas e chegando nos próximos dias”, afirmou o secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto, em nota.
Veja a quantidade de agulhas e seringas informadas pelas secretarias de Saúde:
- Bahia – 13 milhões
- Ceará – 8 milhões
- Amazonas – 1,5 milhão
- Tocantins – 847 mil
- Pará – 6 milhões
- Espírito Santo – 7,5 milhões
- Pernambuco – 6,7 milhões
- Mato Grosso – 3,4 milhões
- Distrito Federal – 5 milhões
- São Paulo – 71 milhões
- Maranhão – 6 milhões
- Rio Grande do Sul – 4,5 milhões
- Paraíba – 500 mil
- Goiás – 3,8 milhões
- Rio de Janeiro – 8 milhões
- Minas Gerais – 20 milhões
Compras previstas
Além das agulhas e seringas disponíveis, os governos estaduais têm compras garantidas. Um dos exemplos é o Pará. O estado conta com 6 milhões de unidades do insumo, e está em curso novo processo de aquisição dos itens para retaguarda. O volume não foi divulgado.
Em Tocantins, a previsão de consumo em média é de 2,5 milhões de seringas, levando em consideração a rotina de vacinação e campanhas de imunização contra a influenza e a multivacinação. “Os processos voltados à reposição de estoques para 2021 já estão em andamento”, informa a Secretaria de Saúde, em nota.
Demanda
O Ministério da Saúde informou ao Supremo Tribunal Federal (STF), em resposta ao ministro Ricardo Lewandowski, que os estados têm mais de 80 milhões de seringas e agulhas disponíveis para a vacinação contra a Covid-19.
A área técnica da pasta afirma que a compra de insumos para imunização é feita pelas próprias unidades federativas – e que, por isso, o governo federal não tem “estoque disponível” para a campanha de vacinação.
No mesmo ofício, o órgão afirmou que sete estados correm risco de não ter estoque suficiente para atender à demanda inicial de aplicação das vacinas: Acre, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco e Santa Catarina.
Início da vacinação
Após reunião com o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, o presidente da Frente Nacional de Prefeitos, Jonas Donizette, afirmou que a campanha de vacinação no Brasil começará com 5 milhões de doses do imunizante produzido pela farmacêutica AstraZeneca e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Os registros emergenciais concedidos pela Anvisa autorizam o uso de seis milhões de doses da Coronavac importadas da China, que já estão no Brasil, e de dois milhões de doses da vacina de Oxford, que ainda virão da Índia. O Instituto Butantan pedirá nesta segunda-feira (18/1) à Anvisa autorização para uso emergencial de mais 4 milhões de doses produzidas na China.
Metropoles